terça-feira, 6 de abril de 2010

"The little things... there's nothing bigger, is there?"




Um dia que nasce pra ser feliz. E, atenção, não aquela felicidade demente, que todo mundo busca e reclama por não encontrar, aquela abobada. Porque ela existe e bota em mim uma preguiça descomunal. Falo mesmo é da felicidade natural que me acomete num despertar suave, sentindo o quentinho que meu corpo deixou no lençol ao apertar os joelhos contra o peito. Aquela felicidade sonora vinda da chuvinha suave que anuncia uma manhã preguiçosa, que até convidaria a dormir mais um pouquinho se o sono já não tivesse sido deliciosamente "saciado". E então um levantar não, assim, forçado, mas sim que parecia ser simplesmente o passo mais óbvio. Checar a temperatura da água e sorrir de leve ao constatar 45oC. "Será uma maravilha de banho!". E então acender as velas que iluminam o que as primeiras horas da manhã não conseguem e preencher o olfato com aquele cheirinho doce de baunilha que espalham as chamas no derreter da cera. Água quentinha acalmando o corpo, preparando a alma, lavando os sentidos e o sabonete com cheirinho de pitanga perfumando a pele. Toalha branquinha e fofinha, cuidar do rosto, passar creme que tem essência de abraço, borrifar o perfume de notas quentes. E é, de fato, como ser abraçada. Na hora de vestir, as botas e o casacão, por baixo a regatinha com cheiro de roupa nova, o cabelo preso meio caindo. Na cozinha, a surpresa: café no chão. No desastre, outra surpresa, só que boa: o que tinha no bule era exatamente a quantidade pra completar o copo que já tinha leite. Hmmmmmmm, que cheirinho bom! No carro, todas as faixas favoritas de John Mayer, a voz delicada à sua própria maneira, as notas gostosas de guitarra suave que embalam uma vida. Guarda-chuva azul pra ilustrar um céu que se esconde atrás do cinza, foi comprado desta cor por este exato motivo. Chegar na faculdade, rir com os amigos, tomar o café quentinho, quentinho, descendo pela garganta quase que fazendo carinho. Então uma cadeira com o caimento, a luz e o conforto exatos, aulas passando rapidinho, conseguir prestar atenção (e entender!) à Filosofia. Chegar em casa e cheirinho do feijão da mamãe, encher a barriga de amor. E então me deitar naquela mesma cama da manhã, me embalar com cobertor e conseguir estudar com a fluência que o dia já tinha como característica. Presentinho via correio, revista nova, um elogio muito doce. E, mais do que tudo citado, a graça de notar tudo isso. A graça de ter um coração sensível e a gratidão pelo tato, olfato, visão, paladar. Minha gratidão pela vida é traduzida dessa maneira: notando-a.

E como é gostoso senti-la sorrir de volta por isso. ;)


2 comentários:

  1. A doce sensação de viver cada momento, cada situação, cada sentimento e transformá-los em alegria para o nosso dia. E o mais doce de tudo isso é poder viver esses momentos com pessoas sensacionais a nossa volta...

    Novamente, que inveja boa do seu dia! =)

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  2. Valorizar os pequenos gestos e momentos é...sensacional! =P

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