terça-feira, 4 de setembro de 2012

We almost died.

I almost died.

É louco como as coisas acontecem nas nossas vidas. Em um momento estamos caminhando, levando de forma cotidiana o que não poderia ser mais normal e... bum. Explosão, destroços, pedaços por aí. É como cair num buraco e continuar caindo por um tempo.

Você está lá, distraído, tropeça. Buraco, loucuras, insanidades, incertezas, incompreensões e o tempo passando por você que está... em queda. Plena queda. E você atinge o fundo do poço e não entende how the fuck did you get there. É, eu sei, é muito doido.

I almost died.

Eu estava permanentemente em um estado de constância, dentro de um padrão extremamente aceitável e tranquilo de normalidade. Ah, a normalidade, esse estado da alma tão subestimado. É bom saber onde se está pisando, é bom dormir e o sonho mais estranho que você já teve ser um coelho gigante da Duracell correndo atrás de você. É bom.

 É bom mas não é eterno, porque o movimento da vida é mesmo um gerador de caos. Invariavelmente, no meio dessa zona de 7 bilhões de pessoas é improvável sairmos ilesos, chegarmos e partirmos em ritmo constante. Eu diria que é impossível. Invariavelmente esbarramos por aí, tropeçamos e caímos no tal buraco infinito. E enquanto você cai, parece só isso, infinito.

I almost died.

Não existe nada e nem ninguém além de você vendo o chão ficar mais perto e a luz ficar mais longe. Existem vozes distantes, isso existe, mas é só. Não tem corda, não tem escada, não tem porra nenhuma. Porra nenhuma, só você se fodendo muito (e a perspectiva de um dia parar de se foder).

Aí você atinge o chão. Puta merda, a gente nunca acha que vai chegar lá. É inóspito, é o "aconteceu com o filho fa vizinha", é distante de nós. E então estamos lá.

Aí você se percebe muito fodido mesmo, não tem saída, o lugar é escuro e sujo pra cacete e o pior é que você tá tão ferrado de ficar tanto tempo caindo que nem pensa em imaginar uma forma de se levantar de lá. E por um tempo você fica.

No tempo que você fica, é insano como nada mais parece fazer sentido. O que as pessoas falam, o que você sempre fez e até o que você sempre sentiu, vira tudo tão... desconectado. Sei lá, só sei que foi assim.

E é incrível como nem essa merda de fundo do poço é uma parada na qual dá pra confiar. O tempo vai passando e, mesmo que você não queira, você mesmo se vê enfiando o que te restou de unha na parede pra subir. E vai na fé, mesmo sem saber que caralhos você está fazendo. E você chega lá, na luz.

Essa luz não quer dizer merda nenhuma, sabe, e ao mesmo tempo que não tá dizendo merda nenhuma, ela não faz sentido algum, também. Você olha em volta, não lembra de como vivia sua vida de antes, não sabe muito bem como agir, pra onde ir. E o mais engraçado é que uma das coisas que mais ouvimos na vida é "se joga". Faz o que to te falando: amarra uma corda bem filha da puta em volta de você e não larga NUNCA. Se jogar é a pior merda que você pode fazer, porque é bem capaz de você se jogar num desses buracos e ficar lá. É assim que acontece.

E por mais que eu esteja continuando a escrever esse texto só um tempo depois (que eu nem lembro quanto é), é incrível o quanto isso faz mesmo sentido. Segura nessa corda, porque eu não segurei e... I almost died.

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